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Carro autônomo pode ser hackeado?

Junto com toda a tecnologia de condução por inteligência artificial, indústria precisa desenvolver cibersegurança igualmente sofisticada para proteger os veículos, passageiros e o mundo ao seu redor.


Por Henrique Koifman 



A ideia parece até saída de um daqueles sombrios episódios de séries como a distópica Black Mirror ou a por vezes inquietante Além da Imaginação. Imagine a cena: num futuro próximo, você está confortavelmente acomodado no interior de um carro autônomo, um táxi ou carro de aplicativo, sem motorista nem volante, que roda suavemente pelo trânsito. O ar-condicionado é perfeito e a música de fundo escolhida de acordo com sua preferência e até o cheiro a bordo é agradável. De repente, percebe que o veículo não está mais indo na direção que você deseja e faz outro caminho. Tenta abrir uma janela, mas assim como as portas, ela está trancada. Não dá para sair dali. Você grita, mas os vidros são grossos e recobertos com filme escuro. Ninguém do lado de fora faz a menor ideia do que está se passando. O carro foi rackeado e você está sendo sequestrado!


O pior é que, segundo especialistas em cibersegurança, isso seria perfeitamente possível. Os carros autônomos funcionam com sistemas que envolvem inteligência artificial, e ela precisa coletar e processar constantemente informações sobre o ambiente e as condições ao redor para dirigir – ou seja, tomar suas decisões sobre trajetória, velocidade etc. Para isso, esses carros são equipados com recursos como sensores (internos e remotos, tipo LiDar), radares, câmeras, lasers e GPS e, forçosamente, têm de trabalhar conectados a uma ou mais redes externas, sendo tão vulneráveis aos hackers como qualquer rede corporativa que conhecemos hoje.


Sim, no tal futuro que é logo ali, ao embarcar em um carro autônomo, ser sequestrado por um hacker automotivo poderá ser uma possibilidade. Isso ou coisas menos 'cinematografáveis', mas também muito perigosas, como o carro ficar sem totalmente sem controle, bater ou atropelar alguém ou simplesmente parar de funcionar no meio de um túnel ou via expressa de alta velocidade.


Como evitar isso? Mais ou menos da mesma forma que se faz para proteger os smartfones e computadores; nossos, das empresas e governos, contra esses hackers: com aplicativos, “vacinas”, atualizações, procedimentos (e precauções) etc. Toda uma tecnologia de segurança que precisa ser – e certamente está sendo – desenvolvida paralelamente à própria direção autônoma. O tipo de coisa que não é tão divulgada, quando se procura encantar o público com as vantagens e qualidades de um novo produto e/ou serviço, mas que envolve grandes quantidades de recursos.


Só espero que, como acontece com nossos smartfones e computadores pessoais, de vez em quando, não seja necessário desligar e reiniciar tudo para aplicar alguma atualização do sistema no meio de uma via expressa.


Foto de abertura: ilustração com reprodução de detalhe do quadro "O Grito", de Edvard Muche sobre imagem gratuita do Easy-Peasy

Foto ao lado: imagem gratuita / internet


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