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Jeep Commander Overland flex: SUVs são os carros de luxo nacionais

Fotos e texto de Henrique Koifman - 20/05/2022 - do blog da Rebimboca no Globo e n'O Boletim



Recentemente, tive a oportunidade de passar uma semana com o Jeep Commander Overland T270 flex que você vê nas fotos deste post. Há tempos não guiava um modelo tão luxuoso fabricado aqui no Brasil. Luxuoso no sentido mais amplo, que soma acabamentos, acessórios e recursos com outras características que denotam conforto extremo – como um generoso espaço interno, inclusive para os passageiros do(s) banco(s) de trás e um desempenho robusto. Isso porque, há tempos, também, não se fabricavam modelos com esse perfil por aqui. Não vou enveredar pelos motivos socioeconômicos que estão por trás disso, fiquem tranquilos. Mas vou aproveitar o “gancho” que me dá esse carro para falar sobre esse contexto, ok? Comecemos com um pouco de memória.




A ideia de juntar, em um só modelo, o conforto e o capricho dos carros de luxo e os recursos, o porte e o “jeitão” dos utilitários esportivos não é exatamente nova. Já no início dos anos 1960, a Jeep começou a fazer isso com o Wagnoneer, que, não por acaso, foi o primeiro 4x4 a contar com transmissão automática. Só que, naqueles tempos – assim com ao longo das décadas seguintes –, esses modelos tinham como foco o público mais do interior dos EUA, gente que costumava dirigir picapes e que toparia pagar um pouco mais para ter mais conforto. E deu certo. Enquanto isso, nas grandes cidades, o segmento de luxo era dominado, principalmente, pelos grandes sedãs.


Esse cenário começou a mudar mais para o final da década de 1990, quando os SUVs passaram a crescer no mercado. Primeiro, desbancando as minivans familiares e, em seguida, mordendo fatias cada vez maiores dos outros segmentos com faixa de preço semelhante. Você provavelmente deve ter percebido isso nos filmes americanos, onde as pessoas mais ricas – e mesmo os funcionários públicos, como agentes do FBI, que antes usavam sedãs grandes e meio genéricos – passaram a dirigir SUVs. Quase sempre.




No Brasil, com uma pequena diferença de tempo, aconteceu a mesma coisa. Não custa lembrar que, aqui, já produzimos modelos luxuosos de passeio, grandes e médios – como o Ford Galaxie/Landau e o Dodge Dart/Le Baron, Alfa Romeo 2.300/Ti4, Opala, Santana, Tempra, Omega… Hoje, o número de sedãs semelhantes a esses produzidos aqui é… 1, o Toyota Corolla em sua versão mais cara (lembrando que, no Primeiro Mundo, esse modelo é considerado “simples” e está bem distante do topo das tabelas de preços). Todos os outros (que nem são tantos assim) são importados. Pensou no Chevrolet Cruze? Pois ele vem da Argentina e, afinal de contas, é até bem equipado e acabado, mas não chega a ser luxuoso, mesmo, certo?


SUV de luxe


E, mesmo entre os importados de luxo, hoje, são os SUVs os que têm maior destaque – fazendo com que sejam os modelos mais procurados pelos brasileiros até mesmo de marcas como a Jaguar e a Porsche, que ganharam fama fazendo outro tipo de carro.




Por outro lado, passamos a fabricar uma boa coleção de SUVs compactos e médios, com versões bem completas e com uma pegada mais luxuosa – como o Jeep Compass, o VW Taos e os Caoa Cherry Tiggo maiores e, claro, o Jeep Commander, especialmente esse aí, o Overland. Veículos que se equivalem, em grande parte, aos modelos de luxo tradicionais em termos de conforto, recursos e – graças à tecnologia – segurança, e até ultrapassando-os em termos de espaço interno.


E um dos sinais mais claros de que esses modelos ocupam o espaço que antes era destinado aos carros de passeio “comuns” está na mecânica desses SUVs, quase todos disponíveis apenas com tração dianteira – ou com versões com essa configuração. Afinal, eles dificilmente percorrerão caminhos mais complicados que os dos engarrafamentos nas grandes cidades brasileiras.




Sobre o carro das fotos


Esse é justamente o caso desse agradabilíssimo Commander de nosso post de hoje. Ele é extremamente suave, amistoso, aconchegante – até com uma (grande) família inteira, com seus sete lugares disponíveis.


Bem caprichado por dentro e por fora, com acomodações confortáveis, ótimo sistema de som Harman Kardon, ergonomia que veste o motorista e conectividade atualizada, que inclui um negócio chamado Adventure Intelligence Plus com Alexa in Vehicle, espécie de governanta (afinal, para chamá-la, é preciso “chamar a Alexa”), que “cuida” de uma série de funções, dá informações as mais diversas e, de você usar o mesmo sistema em casa, pode até abrir a porta da garagem ou ligar alguns eletrodomésticos e luzes por lá.




Tudo isso e mais uma lista longa demais de outros acessórios e características, daquelas que só os sites das montadoras postam – e, assim mesmo, em PDF, para a gente baixar. Entre tudo, destaco apenas o teto solar panorâmico que, num carro grandão como esse, ganha uma outra dimensão (com o perdão da redundância), fazendo dele uma espécie de apartamento de cobertura climatizado móvel.




Apê que anda direitinho, com boas respostas no acelerador – especialmente com a teclinha sport acionada. Aí ele ganha velocidade com ligeireza, empinando um pouco o nariz (característica típica dos modelos com tração dianteira) e de forma segura, graças à eletrônica e a uma suspensão bem ajustada, desde que você se lembre que se trata de um SUV, alto, pesado e que deve ser conduzido como tal. Custa R$ 251.990, sem opcionais. Ou seja, menos que os sedãs importados com pacotes semelhantes e porte equivalente. Bem menos, até.





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