Test-drive da picape Nissan Frontier Attack 2025
- Henrique Koifman
- 28 de mar.
- 4 min de leitura
Atualizado: 31 de mar.
Por Henrique Koifman - Fotos HK

Passei uns dias com uma picape Frontier, na versão intermediária Attack. Para mim, esta picape de tamanho médio da Nissan é das que mais se encaixam no adjetivo-modinha “raiz”, entre as disponíveis em nosso mercado hoje. Não exatamente por seu projeto ou pelos recursos que oferece (e pelos que não oferece), mas sim pela sensação de dirigir que ela proporciona. Para este ano/modelo 2025, a Attack recebeu alguns retoques estéticos – lá fora, ela já está já chegando em uma nova geração. Falo um pouco sobre isso neste post.

As tais características “rústicas” da Frontier Attack em, até, um pouco a ver com sua construção robusta, que combina as tradicionais longarinas rígidas, num chassi, com a carroceria vestida por cima. Mas o que dá mesmo maior tempero a sua personalidade é sua base mecânica e o desempenho que oferece.
Ela tem um motor 2.3 16V biturbo a diesel com injeção direta de combustível, que rende 190 cv de potência e 45,9 kgfm de torque. Não é o mais forte da categoria, mas tem o bastante para fazer com que você se sinta poderoso quando acelera mais fundo, rugindo alto e sem o menor constrangimento. O câmbio é automático de sete marchas e está muito bem escalonado, com a passagem das marchas sendo perfeitamente perceptível.

Não que haja trancos ou indecisões, mas o funcionamento dessa dupla motor-câmbio não é suavizada ou amortecida como em outros modelos e permite uma interação mais intensa do motorista com a picape. Direção, acelerador, freios, reações ruídos… Daí a tal sensação “raiz” que mencionei lá em cima. Nada que exija mais esforço, maior habilidade ou mesmo mais atenção em comparação à concorrentes mais sofisticadas. Apenas, diria eu, uma “relação” mais transparente e sincera.

Para poder circular também em estradas ruins e caminhos mais complicados, essa Frontier Attack tem tração integral, que você engata quando necessário, por meio de um botão no console, além de tração reduzida e bloqueio eletrônico de diferencial, recursos importantes para permitir que um carrão grande e pesado ultrapasse trechos de menor (ou quase nenhuma) aderência. Somam-se a esses recursos, as quatro “modos de direção”, selecionáveis, também no console: reboque (tow), sport (adiando as trocas de marcha), standard (o padrão) e off-road.

Por outro lado, para caminhos mais serenos e civilizados, assim como nas ruas nem sempre muito bem pavimentadas da cidade, essa picape conta com uma suspensão do tipo multibraços na traseira, e não o tradicional feixe de molas, herdado das diligências e presente em muitos utilitários – por ser robusto e eficiente, que fique claro, mas também bem menos confortável.

É por conta desse sistema (também usado nas picapes Fiat Toro e Ram Rampage, por exemplo) que a Frontier quase não balança nada, mesmo quando sua caçamba está vazia e não há passageiros a bordo. Além disso, ela vem com freios a disco nas quatro rodas e passa bastante segurança nas frenagens.
O resultado disso tudo é um carro divertido de guiar (sem maiores exageros de performance), com reações de picape, mas bastante fácil de se conduzir e controlar. Isso se levando em conta sua altura, tamanho e quase duas toneladas de peso, claro, que exigem um tipo de direção um pouco diferente (e mais cuidadosa) que a dos carros de passeio.
Visual reforça jeitão “raiz” da Frontier Attack
A marca registrada dessa versão Attack, no entanto, é mesmo o seu visual. Ela vem com grade, para-choques, maçanetas, estribos e outros detalhes, internos e externos, pintados em preto fosco. Um recurso que, ao mesmo tempo reduz custos de produção (com montagem e pintura) e dá aos carros uma pinta mais braba (ou, novamente, rústica).
Em relação ao modelo 2024, a Frontier Attack 2025 ganhou molduras escuras nos para-lamas, pintura do para-choque em preto e novos apliques, também nessa cor, no para-choque dianteiro, “para criar um aspecto de fusão com a grade”, segundo o material de divulgação da Nissan. Somam-se a esses novos adesivos no capô – que fazem referência às primeiras gerações dessa versão Attack – e também nas laterais da caçamba e na parte de baixo das portas dianteiras.

Por dentro, essa versão da Frontier tem um pouco mais que o básico. Os bancos são confortáveis, mas forrados em tecido simples. Todos os painéis dão moldados em plástico rígido, bem montados, mas discretos. No painel, entre mostradores analógicos para o velocímetro e o conta-giros, ela tem um pequeno cluster digital com computador de bordo e algumas informações básicas. E há uma igualmente básica central de multimídia, com tela de 8”, por onde também se monitora a fundamental câmera de ré. A maior novidade ali é o volante, que agora ganhou um aplique em sua base, semelhante ao usado na série especial do X-Play, do SUV Kicks.

No mais, de série, a Frontier Attack traz barras no teto e um santantônio (também pretos), mas não vem com proteção nem capota marítima na caçamba – acessórios que são praticamente obrigatórios. Ainda sobre a caçamba, nela podem ser transportados até 1.054 litros de carga ou 1.043 kg, há uma tomada de 12 volts, mas há somente quatro pontos de amarração para extensores. Abrir e fechar a tampa, porém, é bem fácil, graças a um bom sistema de amortecimento.

Quanto custa a Nissan Frontier Attack 2025?
No site da Nissan, hoje (28/03/2025), a versão Attack da Frontier está cotada a R$270.590. Mas, na seção “promoções” do mesmo site, é possível encontrar uma delas à venda por bem mais atraentes R$ 229.990 (com a indicação “Oferta válida de 07/03/2025 a 03/04/2025”). Por este (segundo) valor, me parece ter um ótimo custo-benefício.
Vale contar que, esta semana, a Nissan informou que, a partir do ano que vem, vai deixar de produzir a picape Frontier em sua fábrica de Córdoba, na Argentina, passando a abastecer a América Latina com a produção de sua unidade no México – onde o utilitário é vendido com o nome de Navarra. Será provavelmente de lá, também, que virá para o Brasil a nova geração da Frontier, que já foi apresentada na Ásia.

Confira aqui uma matéria que fiz para o portal iCarros, com o test-drive do modelo 2023 da Frontier Attack - https://www.icarros.com.br/noticias/testes-e-comparativos/o-que-achamos-da-nissan-frontier-attack-2023-/30630.html
E, aqui, outra matéria, com a versão Attack da geração anterior da Nissan Frontier - https://blogs.oglobo.globo.com/rebimboca/post/picape-com-jeitao-de-picape-560331.html
Se quiser conferir meu comentário sobre a Frontier Attack no programa Acelera BandNews, também disponível na forma de podcast, acesse o Spotify - https://open.spotify.com/episode/6MuSqi9Vd2MnLX9bSunV4R?si=rbI81qamTbaNI3049CSX0Q ou os outros principais agregadores.

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